Vôo 1642 Fortaleza – Recife

Passei o fim de semana passado na Feira da Música de Fortaleza, que acontece há 9 ininterruptas edições.

Fui convidada para apresentar junto com Ivan Ferraro, da Feira da Música e com o Rui César do Mercado Cultural da Bahia, o projeto Clareira. Mas, saí de lá com mil compromissos e novos horizontes…

Inspirada,  saí assumindo novas frentes e desafios. Estimulada, animada e sem saber como essas novas coisas vão caber no meu cotidiano, no planejamento do semestre  que eu havia feito tão organizadamente para que seja possível fazer tudo com dedicação, bons resultados e eu ainda encontre tempo para fazer meu Yoga 6 vezes por semana, leve meu filho na escola, bote ele pra dormir e termine de ler uma pilha de 4 livros acumulados na cabeceira da cama.

Durante alguns meses vivi a possibilidade de assumir a vice-presidência da próxima gestão da Abrafin – Associação Brasileira dos Festivais Independentes. Mas, consegui, definitivamente, dizer não para este desafio. Pude dizer isso neste fim de semana. Afirmei que neste momento da minha vida busco concentrar minhas energias na consolidação da minha nova produtora e nos projetos em andamento: a quinta edição do Porto Musical, o Voa Viola, o novo disco de Siba, a carreira da Orquestra Contemporânea de Olinda fora do Brasil. Na mesma noite que expliquei os motivos de não aceitar o convite, assumi a dianteira – junto com mais 4 colegas – que também realizam eventos na área da capacitação e de negócios para a música – de um novo núcleo, de um fórum, de um circuito, ou o nome que decidirmos, que reúne as 5 feiras e/ou convenções que existem hoje no Brasil para a área da música, o Porto Musical, a Feira da Musica do Ceará, o Mercado Cultural da Bahia, a Feira da Música do Sul e a Brazil Central Music. Na mesma noite que eu disse o  não final `a vice-presidência da Abrafin, disse sim a este novo grupo e agora até cogito a saída da Abrafin para o fortalecimento deste grupo institucionalmente.

Este novo Network saiu da Feira de Fortaleza com o convite da Funarte/MINC de assumir uma cadeira da RMB – Rede Música Brasil e naturalmente assumir uma cadeira no grupo que vai formatar a próxima FMB – Feira Música Brasil.

O outro tapa veio na palestra sobre o Clareira. Com uma energia surpreendente da mesa, ela  foi muito mais do que um painel para apresentar uma nova idéia para a música do Nordeste, ela trouxe pra mim um grande desafio.

Depois de consolidar o Porto Musical no Brasil com um olhar todo voltado para a exportação, o Clareira vai dar oportunidade para muita gente, e vai dar uma grande oportunidade para a Fina Produção, para o Porto Musical e para mim, de olhar para dentro, de construir uma caminhada pelo interior de Pernambuco, e mais dois estados Paraíba e Rio Grande do Norte – pela divisão que fizemos, o Porto Musical assume Pernambuco, e esses dois estados, A Feira de Fortaleza assume Ceará, Maranhão e Piauí e o Mercado da Bahia, a Bahia, Sergipe e Alagoas. Perceber lideranças, grupos e pessoas para capacitar para o mercado da música, dar um estímulo de auto-estima, mostrar a importância de ser local, para depois ser global. Precisamos mostrar que eles precisam reconhecer a importância de sua comunidade, de seus pares, para criar ali suas redes seguras e propulsoras para sair de sua cidade, depois de seu estado e bem, bem depois pensar em sair do Brasil.

O Clareira me tomou de assalto. Não sei nem por onde começar, mas, tenho ao meu lado, 6 pessoas que me ajudarão a encontrar os primeiros caminhos, Rui César e Benjamim Taubkin, que já fazem este trabalho no interior da Bahia com o projeto “…Passagem…” do Mercado Cultural,  Ivan Ferraro e Valéria que acabam de realizar no interior do Ceará o “Entre Pontos” e Paulo André e Sonally Pires que tem um projeto muito bacana pro Sertão de Pernambuco. O Clareira é a amplificação dessas ações, é levar formatos parecidos para todos os 9 estados do Nordeste. O Clareira não é um projeto, e sim um programa para a música do Nordeste, e para mim ele é o maior dos desafios neste momento.